quarta-feira, 22 de maio de 2013

I'm a mess.

Parte I - Noite:

Mais um dia acordando no meio da noite, com susto. Na cabeça, seu nome e uma palavra: "sozinha". Você está sozinha.
O choro não sai. Fica preso na garganta, junto com as palavras e os pensamentos. Atolam na garganta, descendo e apertando o peito. 
Pensamento antigos voltando à tona. Não consigo escrever bem, descrever bem. 
Queria fazer com que as pessoas leiam o que escrevo. Que queiram me ler, me traduzir. 
Não consigo ver futuro. Nem a prova, nem fotografias, nem escrevendo, eu olho pro futuro e vejo tudo escuro. Vejo tudo preto, não consigo enxergar nada.
Não quero mais fotografar. Neguei um trabalho, era de graça, mas eu normalmente faria. Neguei, inventei uma desculpa e pronto. Não vou. 
Não quero mais escrever, nem seguir uma carreira ou ter um diploma. 
A internet... não me fascina mais. Mas evito perguntas e fico por aí. Procurando o que fazer. Distrações que não virão. 
Não quero quero ser vítima, não quero que sintam pena de mim. Eu quero deitar a minha cabeça e  se for pra ficar nessa montanha-russa, nessas curtas ondas emocionais, eu prefiro não ver mais nada. Cansa e é desgastante. E eu tô ficando muito cansada.
Quero acordar e ver que valeu a pena mais uma noite. Que eu tenho apoio integral. E que eu apoio alguém. Que eu sou importante pra alguém e que esse alguém seja ainda mais importante para mim. 
Que eu me sinta útil pra ajudar alguém. Acordar e pensar: "que dia leve. Feliz." Que mesmo com problemas eu olhe pra frente e consiga enxergar alguma coisa. Mesmo que ainda esteja um pouco embaçado.




Parte II - Dia:

Não vai passar. Não é um pensamento extremista. Apenas não vai passar. Não há ninguém lá fora que possa salvar. Não tem escape. 
"Amanhã passa".
Eu sei que passa, passa sim. Mas volta. E passa de novo... e volta. É um ciclo. E cada fase eu enfraqueço, desapareço, viro fumaça, dissipando no ar. Como fumaças de incêndios ou queimadas: intensas, vão deixando sua marca, mas desaparecendo... ardendo. E o vento às vezes, trata de soprar pro lugar de onde veio. Só pra arder um pouco mais. 



Parte III - Dor:

Para a maioria das pessoas, é apenas um bônus na vida. Que, uma hora, se torna necessário. Mas não é fundamental, não é vital. Para mim, é vital. É tudo. É ponte, é base. É o que traz problemas, mas o que ajuda a tirar ou pelo menos, a suportar. Ajuda a trazer paz, se for certo, se  for tranquilo. Ajuda a trazer estabilidade, se pender demais pra um dos lados. Traz força, mesmo que tire. Dá medo. Mas conforta. E o medo vai embora.
Eu me esforçaria, eu tentaria de verdade. Eu mudaria. Tentaria. Seria forte. No filme que está em cartaz em Botafogo, Elena, uma personagem diz que a inspiradora do filme, Elena, irmã de Petra Costa diz que se não puder se expressar pela arte, preferia morrer. 
Eu, sem amor, prefiro morrer. Talvez por isso eu sinta de uma forma forte e diferente. Eu só sei que é diferente. E só sinto que é forte. Quando o medo vem.
Se eu não posso amar do meu jeito, demonstrar do meu jeito, sentir do meu jeito, eu prefiro morrer. Se eu não puder sentir... sentir o amor. Que aceita, mas ajuda a melhorar. 
O vazio esmaga; a solidão, mesmo acompanhada, dilacera, resseca, gradualmente. Rapidamente. 


O surto - 21/05/2013.


sexta-feira, 10 de maio de 2013

Deixa ela sair.

Resolvi deixar Alice sair. Resolvi deixar Alice falar. Muitos já conhecem. Muitos já ouviram falar dela. Mas hoje, eu deixei ela falar, livremente. 


Alice descobriu seu ponto de loucura. Ela quer ir embora... mas ela faz parte de mim. Ou eu faço parte dela? 
Não quero deixá-la sair, porque ela pode me matar... não literalmente, mas pode. Ela pode colocar na minha cabeça que eu estou querendo ter alguma coisa, algum problema, e eu não quero.
Eu insisto em permanecer bem, mas ela quer me puxar, ela quer briga, ela quer adrenalina, ela quer sentir, qualquer coisa. Pode ser tristeza, pode ser dor, ela quer sentir alguma coisa.


Ela existe. Essa mulher de muitos nomes. 
Vive mudando os nomes com o tempo. Já foi Júlia, mas dessa eu não me lembro bem. Já foi Emilly. Hoje, é Alice. Emilly era fechada, quieta, sozinha. Lembro pouco dela, muito pouco, mas sei que ela de fato, existiu. Alice está descobrindo o seu lado louco, o exagero, que todos nós temos, e está tentando lidar com ele. Ela tenta não demonstrar totalmente aquilo que sente, apesar de ser o que é. Mas sente que precisa, sempre, demonstrar alguma coisa. Ela está aqui quase que o tempo todo, a maior parte do tempo. Ela não quer ir embora e eu não quero deixá-la. Não quero que ela vá. Ela quer mudar, mas não quer mudar de nome. Não quer voltar a ser Emily, não quer ser meio. Por que o nome define quem ela é. Ela não quer ser -----, ela quer ser inteira. Completa. Ela quer se livrar do vazio.

E Alice sempre existiu, sempre. Desde que eu era pequena, me lembro bem dela. Ela sempre existiu.

10-05-2012 12:13



domingo, 5 de maio de 2013

Escuro.

O que são sentimentos? Inconstantes. Nunca se sabe quando, como, por que acontecem.
Este é um texto clichê, quero falar sobre o amor.
Começa tímido, como se fosse um carinho, uma apreciação. E aí a pessoa vai te ganhando... do jeito dela, com todos os defeitos. 
Eu conheço seus defeitos e você diz que há ainda mais. Você não conhece meus defeitos todos, sempre haverão mais. Não somos iguais. Nunca fomos... o contrário. Somos diferentes demais. 
E mesmo assim, cada dia que passa, cada palavra sua, cada oportunidade que você poderia ir embora e não vai... me faz gostar mais, admirar mais, querer mais. 
Ter menos vergonha. 
Nunca achei que fosse possível sentir isso assim, mas é.
As conversas, risadas, zoeiras, brigas, momentos de silêncio, ciúmes. Eu te amo.
Já? Já. Da minha forma. Amor aumenta. Mas é. 
Porque eu sou disposta a ir até você.
Porque eu faria qualquer coisa pra estar com você, pra você estar bem, pra você.
Porque eu quero, eu vou. Porque eu to tentando mudar muitas coisas que são melhores pra mim, mas por causa de você.

Porque me faz bem.
Mesmo estando brigada. Eu errei de novo. E isso dói, de verdade.
Iwillfollowyouintothedark.